domingo, 6 de outubro de 2013

Vitamina D - muito importante!

ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES EM USO DE DOSES ELEVADAS DE “VITAMINA” D
(a leitura cuidadosa destas recomendações é fundamental)
Dr. Cicero Galli Coimbra

1. O colecalciferol foi equivocadamente chamado de “vitamina” (D) no início do século XX, quando sua presença foi percebida no óleo de fígado de bacalhau como uma substância de estrutura química ainda desconhecida, capaz de promover a recuperação e a cura do raquitismo infantil, promovendo a absorção do cálcio presente nos alimentos (necessária para o desenvolvimento do esqueleto) proporcionando, através desse efeito, a absorção da quantidade de cálcio necessária para o pleno desenvolvimento do esqueleto, sem o atraso e as deformidades próprias do raquitismo. Atualmente o colecalciferol é reconhecido não somente como uma substância esteróide (hormonal), mas como necessário para a regulação de 229 funções (genes) em todas as nossas células. É produzido essencialmente por exposição da pele ao sol, não sendo encontrado em alimentos senão em quantidades mínimas, insuficientes para a execução de suas numerosas funções biológicas:

http://www.institutodeautoimunidade.org.br/#

2. A deficiência de exposição solar própria da vida urbana moderna (associada ao uso indiscriminado de filtros solares) levou ao aumento da ocorrência de um número crescente de doenças que afetam virtualmente todos os órgãos e sistemas do organismo humano, sendo as mais notórias as doenças infecciosas e auto-imunitárias, o câncer, as doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, depressão, autismo, infertilidade, abortos espontâneos, eclâmpsia e pré-eclâmpsia.

3. A deficiência de “vitamina” D leva à perda da regulação de 229 funções (genes) também nas células do sistema imunológico, reduzindo a potência desse sistema no combate a infecções e permitindo a agressão imunitária contra o próprio organismo. Os indivíduos mais suscetíveis a desenvolverem doenças auto-imunitárias são parcialmente resistentes à vitamina D. Uma vez instalada a doença, são necessárias doses muito elevadas de colecalciferol para torná-la inativa, não somente para compensar essa resistência parcial, mas também para “apagar” da memória do sistema imunológico a falsa informação de que uma parte do parte do corpo deve ser tratada como um micro-organismo invasor.

4. Ao contrário do que ocorre com doses elevadas da corticóides e com o uso de imunossupressores utilizados como parte do tratamento tradicional, a administração de colecalciferol (“vitamina” D) aumenta a potência do sistema imunológico no combate a infecções.

5. A utilização de doses elevadas de colecalciferol (“vitamina” D) somente pode ser viabilizada através da prevenção da ocorrência do seu temido efeito colateral: a absorção de quantidades excessivas do cálcio presente nos alimentos. É como se essas doses elevadas “abrissem completamente a porta” para a passagem de cálcio do interior do intestino para a corrente sangüínea, obrigando o organismo a livrar-se do excesso de cálcio através da sua eliminação na urina. O excesso de cálcio, concentrado durante a formação da urina, pode então depositar-se nos rins, podendo provocar a perda da função renal e tornando o indivíduo dependente de hemodiálise para poder sobreviver.

6. Para evitar-se a lesão renal, é fundamental que o(a) paciente não esteja ingerindo alimentos ricos em cálcio (esse e os chamados “leites vegetais”: de soja, arroz ou aveia) pois esses alimentos não podem estar presentes no intestino quando “a porta” para a passagem do cálcio para o sangue for completamente “aberta” pela “vitamina” D em doses elevadas. Se não houver excesso de cálcio no outro lado da porta (ou seja, no interior do intestino), apenas a quantidade normal de cálcio (presente nos demais alimentos) passará para a corrente sangüínea quando ela for aberta pelos níveis elevados de “vitamina” D, não sendo necessária a eliminação de excesso de cálcio pelo rim, evitando-se assim riscos para a função renal.

7. O(a) paciente deve ter especial cuidado com a fonte fornecedora de vitamina D. Utilize farmácia de manipulação confiável (especificamente confiável na manipulação da “vitamina” D) ou produto industrializado. Doses acima das prescritas por erro de manipulação podem provocar problemas muito sérios. Por outro lado, se a farmácia de manipulação utilizar um estoque de colecalciferol que se encontra com validade vencida, nenhum efeito benéfico será obtido, perdendo-se meses de tratamento durante os quais terá continuidade a agressão do sistema imunológico contra o próprio organismo, com o conseqüente risco de seqüelas cumulativas.

8. DIETA: A dieta aconselhada é voltada à RESTRIÇÃO COMPLETA do consumo de laticínios (alimentos que são integralmente constituídos por leite, queijo, requeijão, iogurte, coalhada, creme de leite, doce de leite, pudim de leite, leite condensado) e de “leite” de soja (para redução da quantidade de cálcio ingerida devido ao uso de doses elevadas de vitamina D em seu tratamento). Alimentos que levam leite na preparação (purê de batata, pães, bolos, biscoitos, etc.), assim como manteiga e margarina, estão liberados. É apenas aconselhável, mas não obrigatória, a restrição de carnes de aves, bovina e suína (para redução da quantidade de aminas heterocíclicas na dieta – informações sobre essas substâncias são facilmente encontradas digitando-se a expressão “aminas heterocíclicas” ou o seu equivalente em inglês “heterocyclic amines”. Aconselha-se fazer uma dieta ovo-vegetariana com peixes, utilizando (como fontes de proteína) a proteína texturizada de soja, tofu, clara de ovo e peixes (especialmente criados em cativeiro para evitar-se a presença níveis elevados de mercúrio na dieta) os quais devem ser preferencialmente (mas não invariavelmente) preparados como ensopados ou no vapor como fontes de proteínas. Deve-se evitar o consumo excessivo (rotineiro) de bananas, carambola e anonáceas: fruta do conde (também chamada de pinha ou ata), graviola e atemóia. Consumir folhas verdes cruas diariamente.

9. HIDRATAÇÃO: Ingerir líquidos em abundância (pelo menos 2 litros e meio de líquidos por dia, incluindo água, sucos, refrigerantes, chás, etc). Essa quantidade elevada de líquidos assegura um volume de urina de cerca de 2.000 ml, permitindo a diluição do cálcio eliminado na urina, evitando-se a excessiva concentração do cálcio urinário, que dessa forma (diluído) não se deposita no rim, preservando-se a função renal.

10. DOSE INICIAL. A dose inicial de “vitamina” D a ser administrada na primeira consulta é calculada por estimativa, levando-se em conta diversos fatores, principalmente o peso e a altura, a idade, a cor da pele e a gravidade das manifestações auto-imunitárias. As funções mais fundamentais para a qualidade de vida (por exemplo, a visão, no caso das esclerose múltipla) influencia a dose inicial prescrita, levando o(a) médico(a) a optar por uma terapêutica inicial mais enérgica (doses mais elevadas).

11. O tabagismo piora as doenças auto-imunitárias, e pode reduzir ou mesmo anular o efeito protetor das altas doses de “vitamina” D. O(A)paciente deve abandonar o tabagismo para não prejudicar ou mesmo comprometer completamente (anular) a efetividade do seu tratamento.

12. Pela mesma razão o consumo de destilados deve ser evitado, limitando-se o consumo de álcool a uma taça de vinho (ou 2 latas de cerveja) uma vez por semana. O álcool inibe a enzima que converte a vitamina D para a forma ativa (hormonal) e o seu consumo rotineiro limita a efetividade do tratamento.

13. UM FALSO SURTO: “ESQUENTANDO CICATRIZES”. Toda a vez que o(a) paciente portador(a) de esclerose múltipla já com a doença em remissão pelo uso de doses elevadas de vitamina D (colecalciferol) passar por estresse emocional, fizer exercícios físicos extenuantes, tiver privação de sono ou for submetido(a) a calor ambiental excessivo, os sintomas antigos (provocados, por exemplo, por uma cicatriz ainda presente em seu sistema nervoso) podem voltar a se manifestar (de forma mais branda), o que ocorre no mesmo local onde se haviam manifestado anteriormente, ou (se não haviam desaparecido) podem se intensificar parcialmente e transitoriamente. É como se o estresse emocional (ou qualquer dos demais fatores) "esquentasse" a cicatriz. Assim que o(a) paciente se acalma, os sintomas voltam a arrefecer. Se ficar estressado(a), angustiado(a), preocupado(a) achando que está tendo um novo surto da doença, vai prolongar o sintoma.

14. UM VERDADEIRO NOVO SURTO. Um novo surto é em geral caracterizado por um sintoma novo, diferente, que nunca ocorreu. É improvável (não impossível) que apresente um novo surto após os primeiros 2 meses de tratamento com a dose elevada de colecalciferol que foi prescrita, calculada (estimada) de acordo com a idade, peso e estatura. Nos raros casos em que isso acontece, verifica-se que se trata de um surto leve, então identificado pelo fato de que se trata de um sintoma novo, que nunca ocorreu (ou por um sintoma que já ocorreu, mas que então ocorre em uma área do corpo onde não havia ocorrido), que algumas vezes se resolve espontaneamente e que via de regra não deixa seqüelas. Ao longo do período em que a dose de colecalciferol (“vitamina” D) está sendo ajustada, novos surtos podem ocorrer, sendo tratados de acordo com o procedimento tradicional (pulsoterapia por via intravenosa ou corticoterapia oral, de acordo com a sua gravidade).

15. AJUSTE DA DOSE DIÁRIA DE COLECALCIFEROL. O ajuste da dose de vitamina D (colecalciferol) – de acordo com as necessidades específicas de cada paciente – é feito pelo(a) médico(a) na segunda consulta através da comparação dos resultados dos exames (de sangue e urina colhidos antes do início do tratamento (primeira leva de exames) com os resultados dos exames (também de sangue e urina) colhidos com o tratamento em curso já há pelo menos 2 meses (segunda leva de exames). Ambas as requisições (contendo a lista completa de exames) são entregues ao(à) paciente na primeira consulta ou a seu familiar responsável. Em outras palavras, o intervalo entre o início do tratamento e a coleta da segunda leva de exames não pode ser inferior a 2 meses para que não seja comprometido o cálculo do ajuste da dose diária de colecalciferol para as necessidades específicas do(a) paciente; durante os primeiros 2 meses após o início do tratamento ou após o reajuste da dose diária de colecalciferol os níveis de vitamina D ainda não se estabilizaram (ainda estão se elevando), não sendo adequada, portanto, a coleta de exames de sangue e urina antes desse prazo, exceto se ocorrer SEDE, quando uma dosagem de cálcio na urina será feita de forma independente dos demais exames (VER ADIANTE). Por outro lado, deve-se permitir o transcurso de pelo menos 1 mês a partir da última coleta de exames até a consulta marcada para a avaliação desses exames para assegurar-se de que todos os exames estarão prontos na data da consulta.

16. O efeito máximo (que quase sempre representa a remissão da doença) é em geral atingido após o decurso de 2 meses contados a partir desse ajuste (a partir do ajuste da dose feito na segunda consulta). Ao longo dos meses que transcorrem até atingir-se o efeito máximo, surtos da doença ainda podem ocorrer (em geral são leves e de curta duração), devendo ser tratados com pulsoterapia intravenosa ou com corticoterapia por via oral, conforme a gravidade das manifestações.

17. Durante o período de ajuste da dose final de “vitamina” D, é absolutamente vital a cooperação do(a) paciente no sentido de buscar o máximo nível de tranqüilidade, pois os surtos ou exacerbações das doenças auto-imunitárias são em geral (em cerca de 85% dos casos) desencadeados por estresse emocional (“eventos de vida estressantes”). Por outro lado, o nível de estresse emocional também influencia na dose final, sendo muitas vezes necessário atingir-se níveis de vitamina D mais elevados e dieta ainda mais restrita em pacientes que persistem emocionalmente desestabilizados. Se necessário, são utilizados anti-depressivos ou tranqüilizantes. A depressão é reconhecidamente facilitada por níveis circulantes baixos de “vitamina” D e parece associar-se à forma progressiva da doença, devendo ser apropriadamente tratada com antidepressivos.

18. O(A) paciente ou seu familiar responsável, para viabilizar o ajuste das doses de colecalciferol (“vitamina” D) deve conferir se todos os exames solicitados foram disponibilizados pelo laboratório de análises e trazer os exames na forma impressa na data da consulta. Não é aconselhável que o(a) paciente traga apenas o número de identificação e a senha fornecida pelo laboratório para que a secretária tente acessar os resultados pela internet por ocasião da consulta, pois freqüentemente a página eletrônica do laboratório se encontra congestionada pelos acessos de outros pacientes ou a consulta, através da comparação dos resultados dos exames (de sangue e urina) colhidos antes do início do tratamento (primeira leva de exames) com os resultados dos exames (também de sangue e urina) colhidos com o tratamento em curso já há pelo menos 2 meses (segunda leva de exames). Ambas as requisições (contendo a lista completa de exames) são entregues ao(à) paciente na primeira consulta ou a seu familiar responsável. Em outras palavras, o intervalo entre o início do tratamento e a coleta da segunda leva de exames não pode ser inferior a 2 meses para que não seja comprometido o cálculo do ajuste da dose diária de colecalciferol para as necessidades específicas do(a) paciente; durante os primeiros 2 meses após o início do tratamento ou após o reajuste da dose diária de colecalciferol os níveis de vitamina D ainda não se estabilizaram (ainda estão se elevando), não sendo adequada, portanto, a coleta de exames de sangue e urina antes desse prazo, exceto se ocorrer SEDE, quando uma dosagem de cálcio na urina será feita de forma independente dos demais exames (VER ADIANTE). Por outro lado, deve-se permitir o transcurso de pelo menos 1 mês a partir da última coleta de exames até a consulta marcada para a avaliação desses exames para assegurar-se de que todos os exames estarão prontos na data da consulta.

19. Os níveis de vitamina D (“25OHD3” ou “25-hidróxi-vitamina D”) devem estar elevados (acima dos valores de referência indicados como normais pelo laboratório) a partir da segunda coleta. Isso é esperado e não deve provocar preocupações. Por outro lado, os níveis de cálcio no sangue devem estar dentro dos limites normais se o(a) paciente estiver rigorosamente respeitando a dieta e a hidratação recomendadas.

20. Ao ser ingerida, a vitamina D (colecalciferol) não deve ser diluída em suco ou água (pois não é solúvel em água e parte da dose ficaria perdida, presa às paredes do copo), nem gotejada diretamente na boca (para evitar-se a contaminação do conta-gotas pelo contato acidental com a mucosa oral e o conseqüente crescimento de bactérias na solução, prejudicando o prazo de validade da preparação). A dose da solução a ser ingerida (medida com conta-gotas ou aspirada com uma seringa) deve ser colocada diretamente em uma colher e ingerida pura.

21. EM CASO DE VIAGEM. Durante o transporte em viagens, a forma não encapsulada do colecalciferol (manipulada, diluída em óleo de girassol) não necessita ser refrigerada, mas não deve ser submetida ao calor (como no interior de um carro deixado estacionado sob o sol). Em viagens de aviões a vitamina D (colecalciferol) deve ser colocada na bagagem despachada (no compartimento de bagagem a temperatura é baixa e o passageiro não precisa de preocupar com o limite de líquidos na bagagem de mão). Ao chegar ao seu destino, coloque no frigobar do hotel.

22. Deve-se evitar o uso de drogas nefrotóxicas, que podem limitar a eliminação de cálcio através dos rins, provocando o acúmulo na corrente sangüínea, pois “a porta” entre o intestino e a corrente sangüínea está “aberta” pelos altos níveis de “vitamina” D circulantes. Evite tomar medicamentos desnecessários. Tenha especial cuidado com anti- inflamatórios e antibióticos, especialmente administrados por via parenteral (intravenosa ou intramuscular). Se for prescrita qualquer medicação como absolutamente necessária, leia a bula e informe-se com o prescritor do medicamento (médico) e o farmacêutico sobre a nefrotoxicidade do mesmo. Se verificar que de fato trata-se de medicação com potencial nefrotóxico, discuta alternativas com o(a) médico(a) que prescreveu o medicamento. Se for insubstituível ou absolutamente necessário, a hidratação deve ser intensificada para diminuir-se ao máximo a concentração da droga na urina em formação nos rins. Especial cuidado deve ser tomado no uso de antibióticos (como os amino- glicosídios) por via parenteral (intra-muscular ou intra-venosa) em caso de infecções respiratórias ou urinárias graves – sendo comuns estas últimas em pacientes que apresentam tendência à retenção urinária e são repetidamente sondados para o esvaziamento da bexiga.

23. Durante o tratamento, o(a) paciente deve ter especial atenção com o sintoma de sede excessiva, pois a sede pode indicar que o cálcio está sendo eliminado em quantidade excessiva na urina, colocando em risco a função renal. Preliminarmente, o(a) paciente deve diferenciar a sede real da sensação de “boca seca”, que pode ocorrer em decorrência da baixa umidade do ar, ou em associação com períodos de estresse, entre outras causas. No caso da sede o(a) paciente necessita ingerir uma quantidade de líquidos muito acima do seu padrão para obter alivio do desconforto (saciar-se). No caso da “boca seca” (que pode ocorrer, por exemplo, em decorrência da baixa umidade relativa do ar ou transitoriamente em uma situação de estresse emocional), o desconforto desaparece se apenas “molhar” a boca, não sendo necessário engolir a água. No caso da sede excessiva e persistente o(a) paciente sente necessidade de tomar vários copos de água para sentir-se saciado.

24. Como a sede pode ser provocada por outros fatores (tal como a ingestão de alimentos salgados, por exemplo), não há outra forma de esclarecer a causa da sede senão através da medida do cálcio total eliminado na urina coletada ao longo de 24 horas (“calciúria de 24 horas”) utilizando uma das requisições que são fornecidas pelo(a) médico(a) por ocasião das consultas.

25. Em caso de SEDE EXCESSIVA (não de “boca seca”), o(a) paciente deve utilizar a requisição de calciúria de 24 horas que lhe foi entregue na consulta e mostrá-la ao funcionário do laboratório, que então fornecerá o recipiente para a coleta da urina ao longo de 24 horas. Normalmente, a primeira urina não é utilizada (é eliminada no vaso sanitário), coletando-se então toda a urina ao longo das 24 horas seguintes, incluindo a parcela final de urina, coletada na manhã seguinte, logo ao despertar para o início de um novo dia. Enquanto a urina está sendo coletada, a dose diária de colecalciferol não deve ser alterada, pois se for suspensa ou reduzida (antes ou durante a coleta da urina) o resultado do exame já não representará o que estava ocorrendo com o cálcio urinário em resposta à dose diária que estava tomando.

26. Ao receber o resultado da calciúria de 24 horas (usualmente o resultado desse exame é disponibilizado na internet pelo laboratório em 48 horas, e pode ser acessado mediante o uso de uma senha), o(a) paciente (ou seu familiar responsável) deve fazer o cálculo da concentração de cálcio na urina, dividindo a quantidade total que foi eliminada em 24 horas pelo volume de urina (em litros) que foi entregue ao laboratório (alguns laboratórios não declaram o volume de urina entregue, de tal forma que o(a) paciente deve registrar em suas anotações o volume de urina que entregou). Por exemplo, supondo que o resultado da calciúria de 24 horas foi de 400 mg por 24 horas e que o volume foi de 2.000 ml (equivalente a 2 litros) divide-se o valor de 400 mg por 2 litros, obtendo-se o resultado de 200 mg por litro – o que indica que não há risco para a função renal, pois está abaixo do valor (concentração) máximo recomendado, conforme o item abaixo.

27. A concentração de cálcio na urina estará adequada (ou seja, o cálcio está suficientemente diluído a ponto de não provocar lesão renal) se for inferior a 250 mg por litro de urina (seja calculada através da calciúria de 24 horas ou verificada através da amostra isolada – esta última associada à pesagem das fraldas geriátricas ou absorventes urinários trocados ao longo de 24 horas – ver abaixo. Enfatiza-se que a hidratação abundante (igual ou superior a 2 litros e meio de) líquidos ingeridos ao longo de 24 horas) é fundamental para manter-se o cálcio suficientemente diluído na urina a ponto de não provocar lesão renal.

28. Se a concentração de cálcio for superior a 250 mg por litro de urina o(a) paciente deverá interromper as doses diárias de colecalciferol por 3 dias, que é o tempo usualmente necessário para obter-se a resolução (desaparecimento) da sede. No quarto dia deverá reiniciar com uma dose diária menor, conforme orientação médica.

29. Alguns dias ou algumas semanas após a redução da dose a SEDE (não a sensação de “boca seca”) pode voltar a ocorrer, mesmo encontrando-se em uso da dose menor de colecalciferol. Nesse caso, deve repetir a calciúria (sem suspender o colecalciferol) e, encontrando-se a concentração de cálcio na urina novamente superior a 250 mg por litro de urina, deverá repetir o que foi recomendado no item anterior. Assim, suspende a administração diária de colecalciferol por 3 dias e reinicia no quarto dia com uma dose ainda mais reduzida (novamente reduzida), conforme orientação médica. Novas reduções podem se fazer necessárias SE a SEDE voltar a ocorrer e SE, novamente, a concentração de cálcio na urina for AINDA superior a 250 mg por litro de urina.

30. Em caso de pacientes que apresentam incontinência urinária e por isso utilizam fraldas geriátricas ou absorventes de urina, deve ser utilizada requisição para dosagem de cálcio em amostra isolada, pesando-se simultaneamente os absorventes (fraldas) a cada troca ao longo de 24 horas. A estimativa da calciúria de 24 horas é feita através de um artifício de cálculo, onde se assume que 1 kg de fralda ou absorvente é equivalente a 1 litro de urina. Assim, por exemplo, se foram trocadas 4 fraldas ao longo de 24 horas, pesando 550, 600, 450 e 700 gramas, entende-se que o total (2.300 gramas) equivalem a 2.300 ml = 2,3 litros. O peso total das fraldas trocadas ao longo de 24 horas não pode ser inferior a 2 kg se o(a) paciente estiver sendo corretamente hidratado (ingerindo um volume mínimo 2 litros e meio de líquidos por dia). Supondo que a concentração de cálcio em amostra isolada foi de 10 mg/dL (10 mg por 100 ml), terá eliminado 100 mg por litro (230 mg em 2,3 litros de urina). Como se verifica no item anterior, com esse resultado o cálcio está suficientemente diluído na urina a ponto de não provocar lesão renal.

31. Pacientes que apresentam urgência ou incontinência urinária tumam reduzir a ingestão de líquidos para minimizar a ocorrência de situações constrangedoras, tais como ter que sair repentinamente em meio a uma reunião no trabalho, ou durante a visita a familiares ou amigos para ir ao toalete, com o risco de não chegarem a tempo ao vaso sanitário, “molhando” a roupa (incontinência). A hidratação (ingestão mínima de 2 litros e meio de líquidos ao longo de 24 horas), no entanto, é inegociável, pois é fundamental para proteção da função renal. Assim, recomenda-se que o(a) paciente procure urinar freqüente e preventivamente. Se vai para uma reunião ou visitar um centro de compras, deve procurar urinar antes de sair. Se está em uma reunião (ou durante a visita ao centro de compras, ou durante um jantar ou almoços fora de casa) que pode se prolongar por mais tempo do que o intervalo costumeiro entre duas idas consecutivas ao toalete, deve solicitar licença e retirar-se para ir ao toalete, antes que sinta vontade de urinar, de forma a esvaziar preventivamente a urina quantas vezes forem necessárias, mas sem prejuízo da hidratação recomendada.

32. O(A) médico(a) que acompanha o(a) paciente pode também prescrever medicações que reduzem a urgência urinária, e os horários dessas medicações podem ser acertados de forma a fazer com que o efeito máximo venha a coincidir com o horário de almoços ou jantares fora de casa (em restaurantes ou em casa de amigos ou familiares) ou de reuniões programadas. O efeito de uma das doses pode também coincidir com o horário do sono noturno para reduzir a freqüência de idas ao toalete durante a madrugada, as quais fragmentam o sono, reduzindo a qualidade de vida. Em alguns casos, uma única ida preventiva ao toalete durante a madrugada pode evitar o uso de fraldões noturnos (ou pode evitar o desconforto de ter o fraldão ou absorvente urinário molhado com urina), sendo adequado que o(a) paciente acerte um despertador para acordá-lo antes que desperte sob urgência urinária (com o risco de ter incontinência antes de chegar ao vaso sanitário). Nada impede que todas essas medidas sejam tomadas em conjunto para viabilização da hidratação recomendada.

33. Pacientes que apresentam bexiga neurogênica caracterizada, ao contrário, por retenção urinária (e que por isso mesmo necessitam de repetidas sondagens vesicais para o esvaziamento da bexiga) também costumam por conta própria reduzir a ingestão de líquidos como forma de diminuir a freqüência diária de sondagens vesicais. Esse hábito constitui-se em grande risco quando fazem uso de altas doses de colecalciferol, pois o cálcio que potencialmente seja eliminado em excesso na urina deve estar diluído para não depositar-se nos rins, tal como foi já enfatizado neste texto.

34. Por outro lado, o esvaziamento urinário periódico por contração espontânea da bexiga representa uma defesa importante contra infecções, pois constitui-se em um mecanismo que intermitentemente expele (expulsa, varre) germes potencialmente invasores para fora das vias urinárias. Encontrando-se o(a) paciente com tendência à retenção urinária, esse mecanismo encontra-se já prejudicado. Se adicionalmente mantiver a urina coletada no interior da bexiga por tempo mais longo em decorrência da redução (intencional, por conta própria) da ingestão de líquidos para redução da freqüência das sondagens vesicais, o(a) paciente propicia o tempo necessário para a bactéria multiplicar-se, transformando o resíduo de urina estagnado no interior da bexiga ao longo de horas em um meio de cultura bacteriana. Adicionalmente, se é verdade que a própria sondagem vesical pode levar germes para o interior da bexiga, esse efeito negativo é provavelmente suplantado pela eliminação do resíduo de urina onde pode já estarem crescendo germes, resíduo esse que é então substituído por urina nova (recém formada). Máximo cuidado deve ser implementado na higiene do períneo, com uso de anti-sepsia (sabonete anti-séptico, solução anti-séptica apropriada) e sondas descartáveis por ocasião das sondagens. Adicionalmente, a cada evacuação intestinal, a região perianal deve ser limpa com sabonete anti- séptico e ducha higiênica (ou, quando isso não for possível, por encontrar-se fora de casa, com lenços higiênicos umedecidos com solução anti-séptica, vendidos em farmácias comuns). A maioria dos germes que provoca infecções urinárias são originários de resíduos microscópicos de fezes que não são eliminados pelo simples uso do papel higiênico; misturados ao suor, esses germes espalham-se pelo períneo alcançando a abertura da via urinária (uretra) e provocando cistites e pielonefrites.

35. Se a infecção urinária que então se instala for suficientemente grave, o paciente poderá ser hospitalizado para uso de antibióticos potencialmente nefrotóxicos por via intravenosa, configurando-se a situação potencialmente desastrosa descrita no item “22” deste texto.

36. Se as medidas preventivas aqui aconselhadas não forem efetivas na prevenção de infecções urinárias de repetição, o paciente com bexiga neurogênica caracterizada por tendência à retenção urinária pode discutir com o urologista a indicação da administração local de toxina botulínica no esfíncter vesical, permitindo o esvaziamento espontâneo da bexiga. Mesmo que isso o leve à incontinência urinária (preferível à retenção urinária e múltiplas sondagens vesicais diárias, com elevado risco de infecções), os constrangimentos sociais provocados pela incontinência podem ser evitados ou minimizados através do uso de absorventes urinários ou de “uripem”.

37. A recorrência de infecções (sejam respiratórias, urinárias ou de qualquer natureza), ao manter o estado de “agressividade” do sistema imunológico, prejudica o efeito benéfico das altas doses de vitamina D no controle da doença auto-imunitária. A paciente (mulher) pode, adicionalmente, conversar com seu (sua) ginecologista para receber a orientação adicional para evitar que a atividade sexual seja mantida sem constituir-se em desencadeante de novas infecções urinárias.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Muito importante e útil


Todos nós vemos aqui estudos sobre fatores importantes que toda a gente leva em conta e ninguém coloca em causa (como por exemplo um estudo que prova que os fumadores em conjunto com alcool provoca perda cognitiva)
Porque será que quando é com a Vitamina D não tem a mesma atenção e levam em causa? Muito estranho!
Por isso decidi colocar em português (traduzido por google) um quadro quen engloba uma miriade de doenças, os testes efetuados, o numero de pessoas nos testes e resultados.
Divulguem onde a Vitamina D não chega ou há ignorância!
http://nogrupo.net/vitaminad/vitaminad-saudeglobalpt.htm
Este quadro foi tirado de um site onde está explicitio todos os estudos sobre as doenças indicadas
(Vitamina D e Saúde Global)
http://nogrupo.net/vitaminad/vitaminad-saude.htm
original (tive que o colocar no meu dominio, porque por link não funciona)http://nogrupo.net/vitaminad/vitaminad-healthglobal.htm